EGC analisa impactos da emergência climática na segurança alimentar e hídrica
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A Escola Superior de Gestão e Contas Públicas (EGC), mantida pelo Tribunal de Contas do Município de São Paulo, realizou na quinta-feira (30/10) mais um encontro do ciclo “Mudanças Climáticas e os Desafios das Cidades”, com foco em temas centrais para a sustentabilidade urbana, como a segurança alimentar e segurança hídrica. O evento, transmitido ao vivo pelo canal da EGC no YouTube, reuniu especialistas para discutir como as cidades podem enfrentar os impactos crescentes das mudanças climáticas provocadas por ação humana.
Como palestrantes participaram a professora Dirce Maria Lobo Marchioni, com doutorado em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo e referência em nutrição e políticas alimentares; Rosana Salles-Costa, professora titular do Instituto de Nutrição Josué de Castro da UFRJ e secretaria Extraordinária de Combate à Pobreza e à Fome do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome; e o professor Ricardo Toledo Silva, doutor em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo, atuando em gestão integrada, saneamento, abastecimento de água, energia, política urbana e regulação pública.
Os especialistas apresentaram suas análises sobre os riscos e as estratégias para garantir acesso seguro a alimentos e água de qualidade em cenários de emergência climática. “A insegurança alimentar não é apenas um problema social, mas um reflexo direto das mudanças climáticas. É preciso integrar políticas públicas que conectem produção sustentável, distribuição justa e educação alimentar”, detalhou a professora Dirce Marchioni.
A professora Rosana Salles-Costa destacou os aspectos da segurança hídrica, informando que “o acesso à água é um direito humano e o Brasil é privilegiado pela disponibilidade hídrica, possuindo 12% de toda a água doce disponível no mundo. Contudo, isso não impede que cerca de 33 milhões de brasileiros não tenham acesso à água”, revelou ela.
Por seu lado, o professor Ricardo Toledo Silva reforçou a urgência de repensar a gestão hídrica: “A escassez de água já é uma realidade em várias regiões. Planejamento urbano e tecnologias de reuso são fundamentais para garantir abastecimento seguro e reduzir vulnerabilidades”, afirmou.
A mediação da palestra ficou a cargo de Rosane Segantin Keppke, arquiteta e urbanista, atuando no Observatório de Políticas Públicas, e editora adjunta da Revista Simetria do TCMSP. Ela conduziu o debate sobre como governos locais podem implementar soluções práticas e integradas para enfrentar esses desafios.
O encontro integrou a agenda da EGC voltada à formação continuada e ao fortalecimento das políticas públicas alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), especialmente os que tratam de fome zero, água potável e ação climática.
Confira a íntegra do debate: